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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O espetáculo continua



Após encerrar um capítulo nesse meu espetáculo chamado vida decidi não mais ser meia verdade, ser meia entrega. Eu queria, e quero,  ser EU por inteira.
Escrevi novos capítulos e abri espaço para novos personagens. Mudei minha maneira de escrever meu espetáculo, reconheci meu valor, lentamente é verdade, mas reconheci que posso ser especial na vida de alguém simplesmente por ser EU. Aprendi que apenas sendo EU é que poderei fazer com que qualquer pessoa goste, ou não, de mim em qualquer área da minha vida. Entendi bem o que minha avó queria dizer com a frase: “Quem muito se abaixa mostra a bunda”.


Mesmo me dando conta de tudo isso errei novamente e entrei em um espetáculo confuso, com uma direção conturbada, onde o autor carregava uma mala muito pesada com traumas e medos. Nunca entendi muito bem meu papel nesse espetáculo, mas sempre me vi em um papel especial, pois houve sempre muito carinho. Essa pessoa passou a fazer parte do meu espetáculo. Ganhou um capítulo muito importante, pois me fez redescobrir o amor e todas as suas emoções positivas.
Quis com todas as minhas forças ajudar a desfazer essa mala para fazer que ambos os espetáculos ficassem mais leves, afinal ao desfazer a mala dele também estaria desfazendo a minha. Por mais que o autor do outro espetáculo me pedisse ajuda essa mala nunca nem sequer foi aberta. Mais uma vez eu vivi uma meia verdade, pois abri mão do que sentia e do que verdadeiramente queria em prol da mala alheia. Comecei a carregar um peso que não era meu. Mais uma vez meus sentimentos foram sufocados e esquecidos por mim.
A solidão mais uma vez foi minha companheira. Diminuí as luzes nesse lado do palco, e comecei uma faxina. Virava e mexia a luz se acendia e lá estava ele novamente com sua mala em meu espetáculo. Acuado no canto, me pedindo ajuda e eu por amor sempre tentava, mas comecei a notar que a cada saída dele eu me via ferida.
Em uma grande reviravolta da vida meu palco mudou de lugar. Tive que reconstruir todo o meu espetáculo, tijolo por tijolo, personagem por personagem, posição por posição e então optei por deixar a luzes apagadas no lugar que ele sempre aparecia. Faxinei completamente todo o meu palco e durante a faxina encontrei muitas recordações e a cada recordação muitas lágrimas rolaram.
Em contrapartida outros personagens ganharam muito destaque e me ajudaram muito nesse processo. Ajudaram que essa mulher se reconstruisse, se reinventasse, se valorizasse.
Depois de longos meses na escuridão ajeitei esse lado do palco. O deixei arrumado, sem fotos, sem lembranças e aguardo que alguém o ocupe. Sem pressa.
Há alguém muito legal em meu espetáculo, porém dessa vez acredito que eu tenha aprendido que a minha felicidade depende da importância e do valor que eu dou a ela. Minhas atitudes devem ser voltadas pra isso. Nesse sentido, entendo que eu preciso jogar limpo comigo e afastar de mim qualquer pessoa que não esteja disposta a viver.  
Os espetáculos não possuirão apenas finais felizes ou finais tristes, mas precisam ser vividos. O espetáculo vida não permite ensaio, logo, viver é o que nos resta. Os medos sempre existirão, mas não podem ser maiores que eu, não podem me amedrontar e me impedir de ser feliz.  Nesse momento não estou muito preocupada com o final feliz, mas sim em ter perto de mim pessoas dispostas a escrever um capítulo novo junto comigo. Em um oferecer ao outro o mesmo destaque, o mesmo papel. Não acho correto e justo comigo escrever um capítulo dando destaque a alguém que já avisou que escreverá um novo capítulo sem dar destaque a ninguém a não ser a si próprio, pois precisa faxinar o palco que alguém bagunçou.
Meu espetáculo segue e mais uma vez só cabe a mim escrever um novo fim para esse capítulo ou um novo capítulo para meu espetáculo. A escolha sempre será minha.

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