Essa semana fui inundada por recordações dos últimos 6 anos.
Desses, ao menos 4, fiz papel de trouxa, mas quando demonstrar que gosta é
fazer papel de trouxa, não é mesmo? Logo
eu que sempre busquei reciprocidade, nunca ofereci isso. Sempre dei além, muito
além do que recebia. Gostar é
demonstrar, mas me coloquei de lado todos esses anos. Em todos esses momentos.
Nessa inundação de lembranças fui levada a refletir sobre tudo
que se passou, na pessoa que era e na que sou. Lembrei-me de uma conversa com
uma grande amiga quando ela me disse que eu olhava muito pra trás. E eu,
rapidamente, disse que eu sentia falta daquela Carla que existiu. Na pessoa que
eu me transformei durante algum tempo. Queria algum momento encontrar-me
novamente comigo.
Meses depois conversando com outro grande amigo sobre o
mesmo assunto disse o mesmo a ele e obtive uma resposta que foi semelhante a
dois tapas na cara: “Você não pode
buscar um referencial no seu passado. Aquela Carla não existe mais. Você hoje é
melhor que ontem, logo, não pode querer ser a Carla de antes. Está fazendo isso
errado”.
Ele tinha razão, mas aquele ainda era um referencial. A vida
foi seguindo. Eu parei de caminhar olhando pra trás, pois como diz a música “o
passado é uma roupa que não me serve mais”. Durante a inundação de lembranças me dei conta
que não quero ser aquela Carla de ontem nunca mais. Aquela Carla não se amava o
suficiente. Não soube exigir reciprocidade. Não soube fazer sua vontade. Não
soube se valorizar devidamente. Ignorou todos os sinais que a razão e o próprio
coração deram. Sofreu. Chorou. Aquela Carla se foi. E nunca, NUNCA mais quero
ser igual a ela.
Entendo que aquela Carla de ontem construiu o que sou hoje.
Que tudo que vivi serviu de aprendizado e pode sim ser um referencial, mas
daquilo que não devo mais fazer.
Mais uma vez enxerguei e entendi que todo esse tempo que estou
me dando é necessário para que eu possa me “re-conhecer” e amar de uma forma
diferente. Entendi que quando prometi pra mim que não me envolveria com ninguém
enquanto eu não me sentisse curada era porque eu precisava me amar acima de
qualquer coisa.
Essa semana e, só nessa semana, que entendi que ser a Carla
de ontem é tudo o que eu não posso ser.
Essa semana e, apenas essa semana, que eu consegui olhar pra
trás e dizer com o coração leve e aliviado: Eis aqui hoje uma mulher livre do
ontem. Eis aqui hoje alguém que não agiria mais daquela forma. Eis aqui hoje uma mulher que é forte, que se
ama como é (com todas as imperfeições que possui) e está pronta para o novo.
Finalmente, eis aqui uma mulher disposta e sem medo do amor.
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