Não sabia exatamente o que escrever. Até ontem falaria da minha viagem a Paraty, mas ontem aconteceu algo muito chato que me fez refletir outras tantas.
O pai de um amigo meu faleceu ontem. Estive com o ele na terça a noite no buteco na saída da facul, estava tudo bem, mesmo o pai dele estando internado. Ontem pela amanhã recebi a notícia, como o enterro seria em Botafogo próximo ao meu trabalho, resolvi dar uma passada rápida por lá para dar uma força. Nunca gostei dessas cerimônias, raramente vou, costumo brincar que só irei ao meu enterro. Ao chegar lá e ficar diante da fragilidade do meu amigo, um homem de 34 anos que estava dopado e aos prantos decidi ficar e acompanhar toda a cerimônia de “encomenda” do corpo e sepultamento. Analisei tudo que vi e tudo que creio.
Não tenho medo de cemitério, se tiver que ter medo tenho de hospitais um lugar onde vida e morte estão sempre lado a lado, apenas uma linha muito tênue as separam, qualquer vacilo bye bye. Não creio em almas penadas, mais uma razão para não ter medo de cemitério, no entanto descobri que sempre quis me proteger de ter que estar cara a cara com o sofrimento, com a dor da perda, com o sentimento de que nem tudo está sob controle e com o desconhecido do que será depois da morte, para os que ficam e para os que vão. Como uma boa católica que conhece muitas religiões, pois antes de poder gritar ao mundo a minha fé e alegria por ser católica, procurei conhecer e estudar outros caminhos. Respeito QUALQUER ceita, religião, pois sei que o que transforma qualquer um e qualquer coisa é a fé. Em função da minha crença, creio que ele já esteja no lugar que mereça. E assim todos que já foram para a vida eterna.
De cara com a dor, de cara com a morte pensei em tanta gente que convive comigo, que não gostaria de me afastar, que não gostaria que a morte tirasse de mim. Pensei em tantas coisas que damos valor e no final estamos todos, literalmente, no buraco, ao lado sei lá de quem.
Pensei nos fantasmas e medos que criamos. No tal perfil que assumimos para o mundo. Vi o amigo que me acompanhava dar mais ouvidos e importância ao machismo do que estar a lado do amigo agora “órfão” mesmo que chorando. Homem chora sim. Percebi que ter pessoas que gostam da gente ao nosso redor no momento de dor é muito importante, vi isso nos olhos de meu amigo quando lá cheguei.
Dessa vez nem passei mal. Sinto-me orgulhosa por ter passado por cima desse medo de encarar a realidade nua e crua que é a morte. Sinto-me triste por saber que outras pessoas sofrem a dor da partida de um ente querido.
Quero muito que Deus me dê sabedoria para encarar essas perdas como algo natural, pois conviverei com ela enquanto vida eu estiver, ou seja, enquanto a morte não me encontrar.
***********************************************************************************
Mudando radicalmente de assunto fui à Paraty no último fim de semana. Foi ótimo. Fiz um picasa para colocar as fotos olha o link aí: http://picasaweb.google.com.br/carlabeatriz84
Bjoks
O pai de um amigo meu faleceu ontem. Estive com o ele na terça a noite no buteco na saída da facul, estava tudo bem, mesmo o pai dele estando internado. Ontem pela amanhã recebi a notícia, como o enterro seria em Botafogo próximo ao meu trabalho, resolvi dar uma passada rápida por lá para dar uma força. Nunca gostei dessas cerimônias, raramente vou, costumo brincar que só irei ao meu enterro. Ao chegar lá e ficar diante da fragilidade do meu amigo, um homem de 34 anos que estava dopado e aos prantos decidi ficar e acompanhar toda a cerimônia de “encomenda” do corpo e sepultamento. Analisei tudo que vi e tudo que creio.
Não tenho medo de cemitério, se tiver que ter medo tenho de hospitais um lugar onde vida e morte estão sempre lado a lado, apenas uma linha muito tênue as separam, qualquer vacilo bye bye. Não creio em almas penadas, mais uma razão para não ter medo de cemitério, no entanto descobri que sempre quis me proteger de ter que estar cara a cara com o sofrimento, com a dor da perda, com o sentimento de que nem tudo está sob controle e com o desconhecido do que será depois da morte, para os que ficam e para os que vão. Como uma boa católica que conhece muitas religiões, pois antes de poder gritar ao mundo a minha fé e alegria por ser católica, procurei conhecer e estudar outros caminhos. Respeito QUALQUER ceita, religião, pois sei que o que transforma qualquer um e qualquer coisa é a fé. Em função da minha crença, creio que ele já esteja no lugar que mereça. E assim todos que já foram para a vida eterna.
De cara com a dor, de cara com a morte pensei em tanta gente que convive comigo, que não gostaria de me afastar, que não gostaria que a morte tirasse de mim. Pensei em tantas coisas que damos valor e no final estamos todos, literalmente, no buraco, ao lado sei lá de quem.
Pensei nos fantasmas e medos que criamos. No tal perfil que assumimos para o mundo. Vi o amigo que me acompanhava dar mais ouvidos e importância ao machismo do que estar a lado do amigo agora “órfão” mesmo que chorando. Homem chora sim. Percebi que ter pessoas que gostam da gente ao nosso redor no momento de dor é muito importante, vi isso nos olhos de meu amigo quando lá cheguei.
Dessa vez nem passei mal. Sinto-me orgulhosa por ter passado por cima desse medo de encarar a realidade nua e crua que é a morte. Sinto-me triste por saber que outras pessoas sofrem a dor da partida de um ente querido.
Quero muito que Deus me dê sabedoria para encarar essas perdas como algo natural, pois conviverei com ela enquanto vida eu estiver, ou seja, enquanto a morte não me encontrar.
***********************************************************************************
Mudando radicalmente de assunto fui à Paraty no último fim de semana. Foi ótimo. Fiz um picasa para colocar as fotos olha o link aí: http://picasaweb.google.com.br/carlabeatriz84
Bjoks