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quinta-feira, 10 de março de 2011

O amor e os medos

Hoje ao ouvir a música Pétala do Djavan quando ele canta “Por ser amor invade e fim” tantas coisas se fizeram entender dentro do meu coração.
Após tantos casos confusos, tantas paixões avassaladoras, restou um coração carente e ferido. Muitas vezes me vi descrente desse sentimento chamado amor, me vi refém da carência, mentindo pra mim, fingindo acreditar que certos envolvimentos “dariam certo”. Desiludida e machucada, optei por fechar as portas de meu coração e não dar mais chances a nada e a ninguém. Recolhi-me por alguns meses, fiquei sozinha tentando me redescobrir, na certeza que o amor surge de repente e quando menos se espera.
Não estava enganada. O amor entra sem pedir licença, chega sem avisar, se acomoda sem ser notado, vem de onde menos se espera e quando percebemos tudo está diferente, alguém se faz especial por ser o que é, com seus erros e defeitos, com sua beleza ou não. Ele vem e traz o coração palpitando mais forte quando se encontra o ser amado, o frio na barriga, a felicidade ao ver a plaquinha do MSN subir, no “bom dia” no Gtalk durante o trabalho, nos torpedos no celular pra falar nada, nas discussões sobre política, na admiração e no respeito conquistado a cada dia e cada vez mais. O amor traz o se mostrar sem ter medo, sem vergonha, sem se importar com o julgamento que poderá ser feito. É ser o que se é, pura e simplesmente.
Mas o amor traz também uma malinha com traumas e medos, conquistados a partir de nossas tentativas fracassadas. Para alguns pesa muito a ponto de não se conseguir avançar. Os fantasmas retornam e ganham mais força e o sofrimento mais uma vez se faz presente. Enfrentar tudo isso, esvaziar essa mala e sarar de uma vez por todas as feridas ainda abertas é a melhor solução, mas também dói e pode machucar alguém que só se quer bem. Mas fugir e se esconder também machuca a si e a esse alguém a quem se teme ferir.
E o amor que entra sem pedir também permanece, mesmo que quem o carregue jure que não o quer. O amor é um sentimento que tem vontade própria e não adianta, pois ele é sábio podemos até nos enganar, na tentativa de esquecê-lo, mas ele é forte e se faz presente e lembrado sempre. Fugir da verdade do amor é um grande erro. Sempre restará uma dúvida, uma pergunta a ser respondida: E se eu tivesse feito de outra forma?
E eu que sempre fugi ou paralisei, pois a mala era pesada demais agora opto por enfrentar tudo isso, pois o amor me fez enxergar tudo de forma diferente, me mostrou que vale a pena deixar tudo isso pra trás, e nunca mais me arrepender por não seguir. Mas por ironia do destino há uma mala mais pesada que a minha nessa história e que eu estou disposta a ajudar desfazer. Mala que ainda está fechada, mas só o amor será capaz de abri-la.
Há algum tempo descobri a existência dessa mala, mas só agora após alguns fatos, descobri a força do meu sentimento e mesmo que o futuro não seja da maneira que eu desejo, o desfazer dessas malas será de grande importância. Que seja permitido deixar tudo isso no passado, pois se o amor se constrói, tal construção já começou a ser feita.
Que assim como na música, o amor possa simplesmente ser, invadir e fim.

2 comentários:

Fernanda disse...

menina,
tem muito tempo que não passo por aqui...
o amor é algo incontrolável que nós mortais não conseguimos viver sem ele...
e por mais que tentemos controlar, não conseguimos evitar que ele simplismente aconteça.
e o pior que ele sempre nos pega de surpresa.
fazer o quê? faz parte!
bjks

Fabi disse...

que texto lindo, me vi em praticamente todos os trechos.
O amor, sempre o amor, invade, entra sem pedir licença, monta acampamento, repentinamente, assustadoramente e do mesmo jeito que entra sai, deixando toda a sua bagunça!!!
E mesmo assim não desistimos, apenas fingimos que fechamos a porta, mas no fundo estamos lá, louca pra que comece toda essa montanha russa emocional novamente.